quinta-feira, 7 de março de 2024

Tornados, destruição e novas paisagens

 Com meu aniversário chegando novamente sinto que é hora de sintetizar tudo o que o ultimo ano foi e representou para mim. Tive a oportunidade de sentir os extremos que os sentimentos podem nos levar, de uma ponta à outra, algo que há muito não acontecia e mesmo olhando em retrospecto para escolhas das quais me arrependo, esse caminho me levou ao reencontro de mim mesma, que reuni as peças encontradas pelo caminho e finalmente consegui juntar todas elas, me reconhecendo nessa figura nova e ao mesmo tempo tão familiar.

Esses últimos dois meses, em que não por coincidencia reativei este blog, foram um misto de euforia, sobrecarga, ansiedade, medo e ironicamente um novo ânimo e fôlego pra planejar meu novo ano, colocar meus objetivos literalmente no papel e deixar as garras tão sutis do confortavel e o comodo de lado. Foi como despertar de um sonho, de uma dormência. 


É claro que não pretendo descrever quais são esses planos pois dizem muito respeito à minha vida pessoal, mas algumas coisas poderão ser percebidas, vistas, acompanhadas. Tudo no meu tempo, do meu jeito. Uma delas foi que finalmente consegui começar minhas aulas de Tribal Fusion, depois de anos cultivando esse desejo. Esse tipo de dança é a expressão perfeita do mistério, imponencia, do exótico e ao mesmo tempo da instrospecção, coisas que encontram eco dentro de mim. 

Quando voltei a me priorizar também descobri que meus estudos estavam negligenciados, o que tratei de resolver rapidamente com um novo "calculo de rota". Planejar me fez sentir viva novamente, não mais um fantasma dentro da minha própria casa. Por mais que eu ame o conforto de ser um e ainda me dê o direito de o ser às vezes. 


Por fim, nesse momento, minha maior prioridade é meu corpo e minha alimentação. Tenho objetivos com esse pedaço de carne ambulante antes que ele termine de apodrecer e vá estragar algum punhado de terra por ai um dia. A vida fitness tem se mostrado muito reconfortante e sinto minha auto estima voltando ao que era há alguns anos.

Esse ultimo ano agiu como um tornado que joga tudo pelos ares e cria uma nova paisagem. Para minha sorte, a paisagem criada não foi de total destruição, mas de renovo. O que ele levou embora, sinceramente, não me faz falta. Foi uma higiene me ver livre de habitos, pensamentos, atitudes, pessoas, companhias que só estavam me sugando, que não faziam sentido para mim, que na verdade nunca me fizeram sentir em casa porque la no fundo minha intuição gritava que algo estava errado. Coisas que eu não me sentia "em casa" de verdade. E em contrapartida, o furacão me trouxe de volta para o que eu realmente me sinto bem em estar perto, principalmente pessoas. Ressignificar certas relações me transformaram e me fizeram, depois de muito tempo, sentir querida e lembrar o que é afeto e ternura entre amigos.

Meus planos para o meu novo ano não tem um fim, não são limitados, nem possuem fronteiras, mas possuo a certeza de que finalmente me encontrei e que não me perco mais tão facilmente.

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